terça-feira, 31 de maio de 2011

Recordação eterna

Contínuas e preciosas recordações
Conservadas em nossos corações
A mente percorre ao passado até você
O tempo é inábil para fazer esquecer

A saudade é demasiadamente presente
Sempre ao recordar o seu sorriso luzente
Da sua voz eu ainda posso me lembrar
E também o ruído que fazia ao gargalhar

Ainda posso me lembrar
Quando de bicicleta ia me buscar
Colocava-me defronte no banquinho improvisado
Este que foi por teu pulso edificado
E passava o tempo a caretear
Somente para me mimar

Recordo-me dos dias em que ia pescar
Eu ficava no portão a observar
Com lágrimas percorrendo o olhar
Ao longe ver você partir
E o fato de eu não poder ir
Ainda posso me lembrar
De seu constante rejubilar
Quando truco ia jogar

Constantemente invade-me a saudade
Os anos passaram-se em debalde
E aquela velha lembrança sempre chega
O senhor sentado na cabeceira da mesa

O seu jeito, os traços do seu rosto
Eu mantenho como tesouro
Guardo sempre comigo
Como pedaço de filme antigo
Lembrança de uma criança
Com a recordação do avô amigo
Que mantém aquele sorriso vivo

Meu coração constantemente chora
Por você ter ido embora
Suas lembranças ficaram
No coração daqueles que o amaram
E não se trata de lembrança efêmera
É saudade eterna
De sua partida perpétua
                                                                      Jessica Gaudencio

terça-feira, 24 de maio de 2011

Parte de mim

Não me importo se eu não me recordar
Do meu nome, minha história, o meu lugar
O que eu possuí, ou o que por mim era ansiado
Não me importo de deixar para trás o passado
Todas as emoções já vividas
Não me importo de deixar para trás toda uma vida

Não me importo se eu me esquecer do sol
Da lua, do ar, da chuva, ou do brilho daquele farol
Não me importo esquecer as falsas palavras de amor
O cheiro desejado, a sensação abandonada, o doce sabor

Porque guardo um sorriso, uma voz, um olhar
O toque, o perfume, as idéias, o pensar
O calor de seu coração a me envolver
Todas as coisas que fazem parte de você
É tudo que eu jamais vou esquecer

Porque você não só vive aqui
Como também constitui parte essencial de mim
Eu poderei esquecer o que for
Mas jamais esquecerei quem eu sou
                                                                                   Jessica Gaudencio

terça-feira, 17 de maio de 2011

Miragem

É um estagnado espaço vazio no tempo
A satírica razão despoja-me o pensamento
Mas pode ser que nas direções esvoaçadas do tempo
Haja os tipos mais insignes de sentimentos

Porém, meu coração que jaz dentro do peito
Tornou-se objeto obsoleto
Esvaeceu-se o último dos brilhos do infinito
E os gritos de ajuda tornaram-se apenas um cicio

É uma distancia que recalca as possibilidades
Desbotando qualquer esperança nos milagres
E no horizonte avisto somente tua imagem
Como o oásis de uma miragem
O que mais se deseja no profundo do coração
Preciso apenas que abrace-me nesta ingente escuridão
Jessica Gaudencio

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que aconteceu?

É uma pergunta que venho me fazendo a tanto tempo e por muito tempo.
A cada infima lembrança do que eu era, e como de repente vim parar aqui. O que aconteceu?
O que aconteceu com as pessoas? Com as coisas e com o mundo?
Como fui deixar de ser o que eu era mesmo não querendo? Ou pior, até mesmo sem saber.
Claro que a vida tem suas renovações e o ser humano deve mudar; mas nunca se recebe bem uma má mudança. Algo que você acaba se tornando sem perceber, algo que você não gostaria de ser.
E somente o que resta é a amarga sensação da incerteza, e as dúvidas envoltas em questões que não se consegue responder: O que aconteceu?
Será que foi o fato de um dia eu ter acordado e percebido que eu estava cada vez mais distante de mim?
Já não conseguia reconhecer o meu rosto ao longe, enquanto eu me afastava de mim ao horizonte?
Eu me afastei. Fui para bem longe. Em uma dessas incessantes mudanças. Mas eu queria mesmo era voltar, então peguei um atalho, uma trilha totalmente desconhecida; definitivamente a trilha errada. Onde somente se podia encontrar sombras e nada de bom.
Então procurei sair desse atalho, e seguir o caminho mais demorado mesmo, pois esse poderia me levar o mais perto de mim. Tenho seguido a cada dia, esperando me encontrar em alguma curva ou abaixo de uma árvore esperando ser alcançada. Mesmo que o caminho seja demorado e às vezes árduo, é necessário se manter firme, para não se perder em algum abismo que algum atalho pode lhe oferecer.
Jessica Gaudencio
Ps.: Para uma amiga muito querida. 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

E ao fechar os meus olhos, eu te sinto como o vento que toca a minha pele e balança os meus cabelos. Vivendo dentro de mim, como o canto dos pássaros atravessando suavemente o cicio da folhagem das árvores. Como o azul celeste que invade o céu e as nuvens brancas que são dissolvidas em minúsculas partículas.
Te sinto na saudade, assim como a escuridão sente falta do brilho das estrelas. E como as infinitas gotas do rio sentem saudade do mar. Assim como o instinto de um pássaro sem asas sente saudade de voar na imensidão. Sinto como o pulsar estrênuo de um coração remotamente apaixonado.
                                                                                     Jessica Gaudencio

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A paisagem

Os dias florescem pela manhã
Não sabem que forma ou que cor terão
Nem imaginam que aroma criarão
Os primeiros raios de sol
Já espalham o calor do café
Umidecido pelo orvalho que
Presenteiam com sua frescura,
Sua delicadeza e doçura todas as manhãs

Os dias florescem pela manhã
Não sabem que forma ou que cor terão
Nem imaginam que aroma criarão
A noite esse dia era apenas um botão
Complacente, paciente,
Porém morto, o dia  estava não
Estava descansando, adormecido na escuridão
Para que a flor vindo desse botão
Florescesse para completar
Os vários jardins de vida
Que cada um desses dias enfeitarão

Os dias florescem pela manhã
Não sabem que forma ou que cor terão
Nem imaginam que aroma criarão
Poderão ter cor de tempestade
Ou forma de felicidade
Ou aroma de paixão
Os dias florescessem
Mostram suas flores
Mostram seus espinhos
Exalam seus sabores
Mas como todas as flores
Um dia secarão
E com certeza
Sem se importar com o que passou
Outros dias virão.
Por: Roberto Bertholdo